Antes de começar: na última newsletter que eu mandei, falei sobre os “third places” e como a falta dele faz com que a gente busque significado e pertencimento em outros lugares. Essa semana, apareceu pra mim um vídeo de uma “video essayist” (nem sei se essa palavra existe) que eu amo falando literalmente sobre isso (ela deve ter lido minha newsletter rsrsrs). Vou deixar aqui pra quem quiser assistir, ela é muito boa:
third places, stanley cup mania, and the epidemic of loneliness - Mina Le
Vamos ao que interessa.
No ano passado, eu comecei a ler como nunca antes - em parte por causa do Kindle, ao qual eu finalmente me rendi e que agora não vivo sem. Esse ano, continuo nessa onda de leitura, então decidi compartilhar, a cada mês, os livros que eu li e uma geral do que acho deles. Espero recomendações também!
#1 Conversas entre amigos - Sally Rooney
Vou dizer duas coisas: 1) Não é a primeira (nem a segunda, nem a terceira) vez que eu leio esse livro e não sei o que isso diz sobre mim e 2) Gosto que os personagens da Sally Rooney, nesse livro especificamente, são muito chatos e moralmente questionáveis, mas ao mesmo tempo você ama todos e quer protegê-los (talvez seja só eu e, de novo, não sei o que isso diz sobre mim).
#2 O sol é para todos (To kill a mockingbird) - Harper Lee
Um clássico que tava na minha lista há algum tempo e que é clássico por um motivo. Um retrato no tempo da história dos Estados Unidos muito bem construído (gosto quando as histórias não são dos "grandes feitos", mas pintam pra gente a paisagem de uma época através de um recorte específico, comum, “ordinário”). Personagens muito bem construídos e uma sensação de que você também é uma das crianças: aprendendo aos poucos sobre as injustiças do mundo real.
#3 e #4 A Psalm for the Wild-Built e A Prayer for the Crown-Shy (Monk & Robot, livros 1 e 2) - Becky Chambers
Já falei desses livros no meu texto sobre estagiárias, monges e robôs. Uma distopia linda com descrições maravilhosas sobre o mundo e a natureza. Fala sobre equilíbrio, sustentabilidade, comunidade, humanidade, amor, companhia, solidão e propósito. Muito bom pra ler quando você tá se sentindo meio perdido e, no fim, dar um suspiro de alívio do tipo "vai ficar tudo bem". (E também "quero fugir pro mato!")
#5 Amanhã, amanhã, e ainda outro amanhã - Gabrielle Zevin
Bizarro! Muito bom! Também tava na minha lista há bastante tempo e finalmente li, meu deus que livro bom. No começo não sabia se eu ia gostar, porque a premissa é: dois amigos criam games juntos (e eu não sei absolutamente nada sobre games). Mas é muito mais que isso (e descobri que games são metáforas ótimas pra quase qualquer coisa da vida). Fala sobre amizade, amor, propósito, recomeços (e recomeços e mais recomeços), sobre parceria, sobre aquele momento mágico em que você tem uma ideia e sabe que tá fazendo uma coisa incrível e sobre dizer muito sem nenhuma palavra. Leiam!
#6 Bem-vindos à livraria Hyunam-dong - Hwang Bo-Reum
Healing fiction no seu esplendor (sim, da última newsletter). Um livro pra ler quando você não quer pensar, só sentir. Uma moça resolve largar tudo e abrir uma livraria (um dia vou ser eu!). Com certeza não vai ser o melhor livro que você já leu, não foi o melhor livro que eu já li, mas tem alguma coisa muito especial em algo que foi escrito com o objetivo de fazer os outros se sentirem abraçados e de bem com a vida. Muito bom pra quem tá precisando de um livro pra sair de uma ressaca literária!
#7 The Thursday Murder Club - Richard Osman
Eu não sabia o quanto precisava de um livro sobre um grupo de velhinhos em uma casa de repouso luxuosa que têm um clube pra resolver casos criminais que nunca foram resolvidos até eu ler um livro sobre um grupo de velhinhos em uma casa de repouso luxuosa que têm um clube pra resolver casos criminais que nunca foram resolvidos (e que, claro, acabam tendo que resolver um assassinato que acabou de acontecer!). Li em menos de dois dias porque eu simplesmente precisava saber o que tinha acontecido e porque os velhinhos são muito engraçados e queridos. A chefe com um passado sombrio, a nova integrante que era enfermeira, o doidinho que era um ativista da esquerda conhecido e o querido que era psiquiatra. Já comecei o segundo livro (já têm quatro, e falam que fica cada vez melhor!) e não poderia recomendar mais. A, e o final realmente me pegou de surpresa, o que é sempre bom em livros de suspense.